Outra notícia fala de outra comunidade quilombola às voltas com um projeto de Hidrelétrica (ou com grupos que NÃO querem o projeto).
“Hidrelétrica de Irapé, em Minas Gerais, terá impacto sobre antigos quilombos. Impacto ambiental e social que a construção da hidrelétrica de Irapé, no nordeste de Minas Gerais, começa a preocupar deputados e ambientalistas, bem como organizações que defendem os descendentes de escravos organizados em comunidades (quilombos). Hoje, em Brasília, deputados de Minas e o ministro da Previdência, Roberto Brant, estiveram reunidos para discutir o assunto com o presidente da Fundação Cultural Palmares, Carlos Alves Moura. A preocupação da organização não governamental é tanto com o meio ambiente, na área que será inundada para o lago da usina, quanto com as populações quilombolas que há séculos vivem na região de Porto Coris e que agora serão afetadas diretamente. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vem aproveitando a crise energética do ano passado e os apagões para dar mais rapidez ao processo de licitação e venda de concessões para novas hidrelétricas, sem preocupação com os impactos sobre o meio ambiente, as populações e mesmo sítios arqueológicos. Mas os especialistas advertem que em alguns casos – dependendo do local, da profundidade, da área inundada etc – a emissão de gases formadores do efeito estufa pelo lago de uma hidrelétrica pode ser similar à poluição do ar provocada pelas termelétricas, reconhecidas em geral como mais prejudiciais ao meio ambiente. Para o presidente da Fundação Palmares, mesmo que a construção da hidrelétrica seja fundamental para o desenvolvimento da região onde será instalada, a preocupação maior é com a preservação da comunidade quilombola, pois as indenizações não cobrem os custos sociais da perda de identidade local e principalmente da perda da terra, único meio de vida para as famílias”[1].
Obs. de 15.07.2000: Todos os links abaixo perderam a atualidade ou endereço.